Segue abaixo uma matéria publicada hoje (03/08) no
site da ‘Agência FAPESP’ destacando
que o Telescópio Gigante de Magalhães terá novo investimento de US$ 205 milhões com a participação da FAPESP.
Pois é amigos,
mais um projeto de telescópio com envolvimento da Comunidade Astronômica
Brasileira.
Brazilian Space
Telescópio Gigante de Magalhães Terá Novo investimento
de US$ 205 Milhões
Por Elton
Alisson
Agência FAPESP
03 de agosto de 2022
(Foto: GMT)
Recursos de seis instituições, incluindo a FAPESP, serão utilizados para acelerar a construção de sete espelhos primários e a instrumentação científica do GMT. |
O Telescópio Gigante de Magalhães (GMT) receberá um novo
investimento de US$ 205 milhões do consórcio internacional de instituições
participantes do projeto com o objetivo de acelerar a construção.
De acordo com porta-vozes do GMT, o investimento
representa uma das maiores rodadas de financiamento do telescópio e terá a
participação da FAPESP, da Carnegie Institution for Science e das universidades
Harvard, de Chicago, do Texas em Austin e do Arizona, dos Estados Unidos.
Os recursos que as seis instituições se comprometeram a
empenhar serão usados para avançar na construção da estrutura de aço do
telescópio, além dos sete espelhos primários e de um dos mais avançados
espectrógrafos – que dispersa a luz com altíssima nitidez em cor – integrante
da instrumentação científica do GMT.
“O financiamento resultará na fabricação dos maiores
espelhos do mundo, na montagem do telescópio gigante e em um instrumento
científico que nos permitirá estudar a evolução química de estrelas e planetas
como nunca antes”, disse Robert Shelton, presidente do GMT.
megatelescópio por meio de um projeto especial coordenado por Laerte Sodré Junior, professor do Instituto de
Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo
(IAG-USP).
O financiamento garantirá aos pesquisadores brasileiros
um tempo preestabelecido de uso do telescópio para o desenvolvimento de
estudos.
“Estamos conseguindo atingir um sucesso extraordinário no
desenvolvimento de instrumentação para o GMT. Neste momento, a área de
engenharia de sistemas do projeto está sob a nossa responsabilidade”, afirma
Sodré Junior.
Nova Geração de Telescópios
O GMT está em construção no Observatório Las Campanas, no
deserto do Atacama, no Chile, e fará parte de uma nova geração dos chamados
“telescópios extremamente grandes”, baseados em terra e projetados para
fornecer clareza e sensibilidade sem precedentes na observação de fenômenos
astrofísicos – como as origens dos elementos químicos e a formação das
primeiras estrelas e galáxias.
O design do GMT combinará sete espelhos, com 8,4
metros de diâmetro cada, para criar um único telescópio de 25 metros de
diâmetro que será capaz de produzir as imagens mais detalhadas já obtidas do
Universo.
O megatelescópio terá dez vezes a área de coleta de luz e
quatro vezes a resolução espacial do Telescópio Espacial James Webb (JWST),
lançado no espaço no final de 2021 e cujas primeiras imagens começaram a ser
divulgadas nas últimas semanas. Além disso, será até 200 vezes mais poderoso
que os telescópios de pesquisa existentes hoje.
Essa resolução angular sem precedentes, combinada com
espectrógrafos revolucionários e câmeras de alto contraste, funcionará em
sinergia direta com o JWST para possibilitar novas descobertas científicas.
A ideia é que o GMT permita dar o próximo passo no estudo
da física e química das fontes de luz mais fracas no espaço que o JWST identificará.
Isso inclui pesquisar as atmosferas de planetas potencialmente habitáveis em
busca de vida, estudar as primeiras galáxias que se formaram no Universo e
encontrar pistas que desvendarão os mistérios da matéria escura, energia
escura, buracos negros e a formação do próprio Universo.
“Estamos trabalhando com alguns dos mais brilhantes
engenheiros e cientistas nas principais instituições de pesquisa do
mundo”, disse Walter Massey, presidente do conselho do GMT e ex-diretor da
National Science Foundation (NSF) e presidente do Bank of America.
“As recentes contribuições de nossos parceiros de
investimento no Telescópio Gigante de Magalhães estão coletivamente ampliando
os limites da astronomia, tornando o futuro uma realidade e nos permitindo
responder a alguns objetivos científicos importantes”, afirmou.
O GMT já alcançou um progresso significativo na
construção nos últimos anos. Seis dos sete segmentos de espelhos primários
foram lançados em Tucson, no Arizona. O terceiro segmento de espelho primário
completou sua fase de polimento de dois anos e está passando por testes finais.
Além disso, a construção da instalação para fabricar a estrutura do telescópio
está concluída, a produção do primeiro espelho secundário adaptativo do
telescópio está em andamento na França e na Itália e o local no Chile está
preparado para a próxima etapa de construção e lançamento da fundação.
Segundo porta-vozes do projeto, esta nova rodada de
investimento de US$ 205 milhões posiciona o Telescópio Gigante de Magalhães
como um dos primeiros de uma nova geração de telescópios extremamente grandes a
serem construídos. A primeira luz – como é chamada a obtenção das primeiras
imagens por meio de um telescópio – está prevista para o final desta década.
“Seis fundadores do Giant Magellan Telescope trabalharam
juntos para fechar a lacuna financeira entre os recursos que atraímos para
construir o telescópio e o que é necessário para completá-lo”, disse Eric
Isaacs, presidente da Carnegie Institution for Science.
“Este investimento aproximará o telescópio da primeira
luz e fornecerá ao mundo um conhecimento transformador do nosso Universo. A
Carnegie está orgulhosa de ter iniciado o esforço de financiamento e de ter
trabalhado em estreita colaboração com nossos pares”, avaliou.
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